A
Imaculada Conceição é uma revelação sobre a concepção da Virgem
Maria sem mancha ("mácula" em latim) do pecado original. Esta
revelação diz que, desde o primeiro instante de sua existência,
a Virgem Maria foi preservada por Deus, da falta de graça
santificante que aflige a humanidade, porque ela estava cheia de
graça divina. Também professa que a Virgem Maria viveu uma vida
completamente livre de pecado.
Para entender a profundidade
Teológica do Ofício da Imaculada Conceição
Agora lábios meus - O Ofício começa
com a palavra Agora. Não é um simples advérbio de tempo,
indicando o começo da ação, mas é uma palavra conclusiva, que
comemora os favores recebidos, enriquecida de gratidão e de
carinho para com a Mãe de Deus, que é também nossa Mãe. O agora
deste Ofício é muito parecido com o entusiasmo do velho Simeão
quando recebeu nos braços o Salvador “Agora, Senhor, podes
deixar-me partir em paz...”
Sede em meu favor... - imploramos a
intercessão de Maria contra os inimigos sejam eles materiais
(físicos) ou espirituais. A conclusão glorificando o Pai, o
Filho e o Espírito Santo mostra a íntima ligação do Mistério de
Maria com o Mistério da Santíssima Trindade, sobretudo na pessoa
do Filho. O Mistério de Maria é essencialmente Cristológico.
Maria vive em íntima união com a Santíssima Trindade. Assim
disse o Concílio Vaticano II: “Maria é dotada com a missão
sublime e a dignidade de se ser Mãe de Deus, e por isso, filha
predileta do Pai e sacrário do Espírito Santo” (LG 53). A virgem
Imaculada vive imersa no mistério da Trindade, louvando a glória
de Deus e intercedendo pela humanidade (Puebla, 293)
Senhora do mundo - proclamam-no
todas as línguas Domina Nostra, Madonna Mia, Notre Dame, Nuestra
Señora, Nossa Senhora... É uma vassalagem universal. Lemos no
livro do Êxodo (Cf. Ex 15, 20-21) que Maria, irmã de Moisés, foi
guiando as mulheres. Esta Maria era figura da Santíssima Virgem
que também se chamou Maria, mestra e senhora que nos guia para o
outro lado, para o céu. O fato de ser Mãe de Deus é que confere
a Maria os direitos de domínio do mundo.
Estrela da manhã - os antigos
acreditavam que cada homem nascia sob a proteção de uma estrela.
Maria é esta estrela. Estrela da manhã porque foi ela quem
precedeu, na mente do Altíssimo, ao dia da Criação. Foi ela quem
precedeu ao dia da Redenção. Desde que se levantou radiosa,
sempre seu brilho venceu o das demais e nunca teve o ocaso
sombrio do pecado. Feliz aquele que se deixa guiar por esta
Estrela. Mais recentemente o Papa a declarou Estrela da Nova
Evangelização.
Cheia de graça divina - Ave cheia
de graça, o Senhor é contigo (Lc 1,28). Do princípio ao fim a
vida de Maria é graça, é experiência da misericórdia e da
bondade de Deus. Maria possui a plenitude da graça; daí sua
valiosa intercessão junto a Deus para alcançar as graças que
necessitamos. A graça divina fez de Maria jardim ornado de todas
as virtudes.
Formosa e Louçã - pela graça
divina, é realmente a Virgem Maria “formosa e louçã”. Diz um
autor: “Como não sereis toda engraçada em vós, e para nós toda
graciosa, se sois a Mãe da Divina Graça? Ó Santíssima, ó
Suavíssima, ó toda formosa e engraçada Maria!”
Defensora do Mundo - o mundo está
com muita pressa de auxílio. E a quem recorremos senão àquela
que é um “forte esquadrão contra o inimigo”?
Ab eterno - desde toda eternidade.
Ao decretar desde toda eternidade a Encarnação do Verbo, Deus
não o fez de um modo abstrato e indeterminado, mas sim
estipulando os pormenores das condições necessárias para
cumprimento deste decreto.
Mãe do Verbo - No princípio era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No
princípio ele estava com Deus. Tudo foi feito por meio dele e
sem ele nada foi feito(Jo 1,1-3). Ele é a Imagem do Deus
invisível, o Primogênito de toda criatura, porque nele foram
criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as
invisíveis.
Tronos, Soberanias, Principados, Potestades, Autoridades, tudo
foi criado por ele e para ele. Ele é antes de tudo e tudo nele
subsiste (Cl 1,15-17) . Se o Filho encarna, precisa de uma Mãe
que o dará à luz permanecendo Virgem. Além disso, essa Mãe deve
ser digna dele quanto seja possível, logo, antecipadamente terá
todos os privilégios que Deus pode conceder. Por conseguinte
receberá todas as honras que comporta a sua condição.
Esposa de Deus - Maria é a Virgem
deposada por Deus. Maria “Esposa de Deus” diz respeito
diretamente à relação Maria e a Igreja que ocorre amplamente nas
reflexões dos Padres da Igreja (Clemente de Alexandria,
Ambrósio, Agostinho, Leão Magno, e tantos outros). Isaac de
Estela, discípulo de São Bernardo, dizia: “Ambas Mães, ambas
Virgens, ambas concebem por obra do espírito Santo... Maria...
gerou ao Corpo a sua Cabeça; a Igreja... dá a esta Cabeça o seu
corpo. Uma e outra são Mães de Cristo, mas nenhuma delas o gera
todo inteiro sem a outra. Por isso justamente, aquilo que é dito
em geral da Virgem Mãe Igreja se entende igualmente da Virgem
Mãe Maria.
Mesa para Deus ornada / coluna sagrada de
grande firmeza - casa a Deus dedicada com sete
colunas e mesa preparada. Refere-se àquela passagem dos
Provérbios (9, 1-2): “A sabedoria edificou para si uma casa,
levantou sete colunas... e dispôs sua mesa”. Diz São Bernardo
que“aquela Sabedoria, que era o próprio Deus, edificou para si
uma casa que foi sua própria Mãe, na qual ergueu sete colunas
que são as virtudes teologais e cardeais (Fé, Esperança,
Caridade, Justiça, Temperança, Fortaleza e Prudência).
Mãe Criadora - Nova Eva. Da mesma
sorte que Adão é figura de Cristo (novo Adão), Eva é figura de
Maria (Nova Eva). Este é um singular paralelismo que percebemos
nos Padres da Igreja feito entre Eva e Maria, modelado e
inspirado no paralelismo entre Cristo e Adão (Rm 5,14; 1Cor 15,
22.45). O paralelismo entre Eva e Maria foi constituído já no
século II por Justino e Ireneu: a Velha Eva que também era
Virgem preferiu ouvir a voz da Serpente gerando, portanto, o
pecado; a Nova Eva, Maria, a Virgem que soube ouvir a Palavra de
Deus, gerou no seu santíssimo ventre, o próprio Filho de Deus.
Assim a primeira Eva trouxe a tristeza e o pecado. Já a Nova
Eva, trouxe-nos a paz, a esperança, o perdão e a graça salvífica.
E por isso chamada Mãe da nova Criação. “Enquanto peregrinamos
Maria será a Mãe e a educadora da fé. Ela cuida que o Evangelho
nos penetre intimamente, plasme nossa vida de cada dia e produza
em nós frutos de santidade” (Puebla 290). Ao pé da cruz, Maria
recebeu de Jesus agonizante a missão de ser mãe de todos os que
seriam seus discípulos (Jo 19,26).
Sois dos Santos Porta - Maria, porta do céu. As figuras
de “porta, limiar, entrada, umbral”, já desde a época dos Padres
da Igreja, se aplicam à Virgem Maria para esclarecer sua função
de Nova Eva, ou sua maternidade virginal ou sua intercessão
suplicante em favor dos fiéis. Eva inocente, que venceu pela
humildade o orgulho da primeira mulher, abrindo o que esta
fechara: Virgem humilde que nos abriu a porta da vida eterna: o
que Eva incrédula fechara – aquela fiel abriu. As portas do
paraíso que Eva fechou foram abertas por ti, Virgem Maria. Maria
é porta radiante luz, pela qual, Cristo, Luz do Mundo, refulgiu
para nós. A Igreja não duvida disto: pela bem aventurada Virgem
Maria, de quem nos veio o Salvador, nos descerão dons da graça
celeste e se nos abrirá a feliz porta do céu.
Dos anjos Senhora - Santo Tomás,
explicando a Saudação Angélica, observa que no Antigo Testamento
era grande honra para os seres humanos a aparição dos seres
angélicos. E grande honra também era poderem os homens
reverenciar aos Anjos. Que um Anjo, porém, reverenciasse ao
homem, nunca se ouviu contar, a não ser depois da
saudação a Maria, quando se verificou que, na natureza humana,
havia quem fosse maior do que os anjos na plenitude da graça e
intimidade com Deus.
Estrela de Jacó - Nm 24,17: “Eu
vejo – mas não agora, eu o contemplo – mas não de perto: um
astro procedente de Jacó se torna chefe, um cetro se levanta
procedente de Israel. E esmaga as têmporas de Moab...” A estrela
de Jacó é Maria que descende do grande patriarca. E Jesus é o
cetro que se levantou de Israel e feriu os capitães de Moab,
isto é, o mal e a morte, e nos deu a vitória.
Refúgio dos cristãos - Maria
Santíssima que reina gloriosa no céu trabalha misteriosamente na
terra, mostrando a seus filhos o caminho da verdade. Não raro
sucedeu que os fiéis, por guardarem sempre vigoroso o amor e o
culto à Mãe de Jesus, mesmo destituído de todo auxílio
espiritual, conservaram contudo integralmente sua fé. Maria é o
amparo na fé. Quando Pio VII (+1823) foi arrancado da Sé de
Pedro pela violência das armas e detido em estrita prisão, toda
a Igreja erguia preces a Deus pela intercessão da Virgem Maria:
sucedeu então, sem se esperar, a libertação do Sumo Pontífice e
a sua volta para Roma em 24 de maio de 1814, e sua restituição
ao trono pontifício. Por isso o Papa pio VII decretou que se
celebrasse para sempre em Roma, a 24 de maio, uma festa em honra
de Maria, Auxilio dos cristãos. Ela é o auxílio do cristão para
que, com a proteção dela, trave o combate da fé com intrepidez,
permaneça firme na doutrina dos apóstolos e caminhe seguro entre
as tempestades do mundo.
A Virgem a criou Deus no Espírito Santo / e todas as suas
obras com ela as ornou - já vimos que nada se fez sem o
Verbo. Mas nada se fez também sem o Espírito Santo que é o Amor
do Pai e do Filho. Sem o Amor nada se faz. Aquele mesmo Espírito
de quem diz o Gênesis (1,2) que, fecundando, pairava sobre as
águas, já preparava o mais lindo
ornamento de todas as obras: Maria.
Trono de Salomão - 1Rs 10, 18-20.
Do trono de Salomão diz a Sagrada Escritura que nunca se fez
coisa tão preciosa pelos reinos do mundo. Era de marfim coberto
de ouro finíssimo, com seis degraus e sustentado por duas mãos.
Maria é o trono do verdadeiro Salomão ou Rei Pacífico, Jesus. É
trono de marfim, por sua pureza e inocência, revestido do ouro
finíssimo da mais ardente caridade. Duas mãos a sustentam, que
são a humanidade e a divindade de Jesus.
Arca do Concerto (da Aliança) - Ex
25, 10-16. A Arca da Aliança, conservada e venerada no Templo de
Salomão, coberta por fora e por dentro do mais puro ouro.
Continha as duas tábuas da lei que Deus havia promulgado no
Sinai. Conservava-se ali também um vaso que continha um pouco do
maná que durante tantos anos caíra do céu para alimento do povo
hebreu no deserto. Figura belíssima de Maria. Virgem, dotada de
todas as graças e enriquecida da mais imaculada pureza tanto no
que diz respeito ao corpo como no que se refere à alma, ela
trouxe no seu casto seio o Verbo Eterno, o legislador divino da
lei da graça, o autor da nova aliança entre Deus e os homens.
Ela deu ao mundo Jesus Cristo, nosso Redentor, que é o
verdadeiro maná, o pão celeste, o pão da vida, descido do céu.
Lembramos ainda das passagens que dizem que Maria guardava as
Palavras de Jesus no seu coração e as meditava (Lc 2,19. 51).
Velo de Gedeão - Jz 6, 36-40. O
velo de Gedeão é símbolo de muitos mistérios mas principalmente
de Maria Imaculada. Querendo Gedeão esclarecer-se a respeito de
milagrosa aparição que tivera, deixou do lado de fora de sua
casa, durante a noite, o velo de um carneiro (couro de carneiro
com a lã). E com grande espanto verificou pela manhã que o
relento caíra todo no velo, enquanto tudo em redor ficara seco.
Na noite seguinte repetiu a mesma prova desta vez o velo estava
seco e tudo o mais coberto de orvalho. Com este milagre ficou
sabendo Gedeão que seria eleito para vencer os inimigos de seu
povo depois de sete anos de dura opressão. São Bernardo comenta
que o velo simboliza Maria que, única, foi concebida sem pecado
original e, por primeira recebeu de Jesus a sua graça que havia
de espalhar-se depois pelo mundo. A Igreja reconhece no velo
recoberto de orvalho uma figura do Mistério da Encarnação do
Verbo Divino no seio puríssimo da Virgem Maria dizendo: Senhor,
quando nasceste de um modo inefável da Virgem, cumpriram-se as
Escrituras que diziam “desceste como orvalho no velo a fim de
salvar o gênero humano. E São Bernardo ainda diz: “Tu és, ó
Maria, o terreno umedecido, impregnado de celeste orvalho”.
Íris do céu clara - Gn 9, 8-17.
Quando Deus fez as pazes com a terra, depois do dilúvio, deixou
um símbolo agradabilíssimo de união e de paz: o arco-íris. E, no
Novo Testamento, para mostrar a sua misericórdia para com os
homens, deixou não apenas um símbolo, mas um verdadeiro traço de
união: a Virgem Maria – Rainha da Paz. O arco-íris tem sete
cores. Maria tem os sete dons do Espírito Santo. O arco-íris foi
o sinal da aliança depois do dilúvio. Maria foi o sinal da
aliança depois do pecado.
Sarça da visão - Ex 3,1-6. Maria
imaculada, como a sarça que ardia sem se consumir, deu à luz seu
filho sem perder o privilégio da virgindade. São Gregório de
Nissa diz: “Não é porventura um grande milagre ver uma virgem
que se torna mãe sem deixar de ser virgem?” E São Bernardo
acrescenta: “O que podia designar a sarça que ardia e não se
consumia a não ser a virgem que deu à luz sem sentir as dores do
parto?”. E canta assim a liturgia bizantina: “Como a sarça que
não se consome ardendo, assim a Virgem deu à luz. Cristo com o
fogo de sua divindade não fez arder a criatura na qual se
encarnoou, antes conservou intacta a sua virgindade”.
Favo de Sansão - Jz 14, 5-9. Conta
o livro dos Juízes que indo Sansão viajando com seus pais para a
casa de sua noiva, ao se aproximarem das vinhas da cidade,
apareceu um leão novo, feroz e que rugia fortemente e avançou
contra Sansão. Mas o espírito do Senhor apossou-se de Sansão e
ele depedaçou o leão como se fosse um cordeiro, sem arma alguma
na mão . Mas nada disse a seus pais. Quando voltavam alguns dias
depois Sansão afastou-se do caminho para ver o cadáver do leão e
eis que na boca do leão estava um enxame de abelhas e um favo de
mel. E, tomando-o nas mãos ia comendo pelo caminho, e chegando
onde estavam seu pai e sua mãe, deu-lhes uma parte que eles
também comeram. Assim
como, dentro da boca de uma fera, se encontrou um favo, também
no seio da humanidade não tão humana, encontrou-se Maria. E
assim como, no seio da morte (no cadáver do leão), encontrou-se
a vida (enxame de abelhas), assim também dentro da humanidade
pecadora encontrou-se Maria: concebida sem pecado. Maria,
laboriosa e humilde abelha que nos preparou o favo dulcíssimo,
Jesus, que saboreamos pelo caminho da nossa vida toda vez que
recebemos a Eucaristia.
Florescente vara - Nm 17, 16-26; Is
11, 1-2. O livro dos números conta que a escolha de Aarão foi
feita da seguinte forma: Deus mandou que um varão de cada tribo
de Israel colocasse uma vara junto ao Tabernáculo e a vara do
escolhido florescia. Foi o que aconteceu coma vara de Aarão onde
apareceram botões, depois flores e frutos sem prejudicar o seu
frescor. Essa vara, diz São Bernardo, é figura de Maria que
floresceu sem raízes e sem a seiva da natureza; pois ela se
tornou fecunda e deu à Luz Jesus sem a mínima alteração de sua
pureza virginal, à maneira da vara de Aarão que nada perdia de
sua verde folhagem, produzindo flores e frutos. No texto de
Isaías lemos que “um ramo brotará do trono de Jessé”. Jessé foi
o Pai do rei Davi, de quem Jesus era chamado filho (Mt 21,9),
por ser descendente seu. Maria é este ramo de floresce quando
dela nasce Jesus.
Da Trindade Templo - A Santíssima
Virgem por especial razão é Templo. Carregando em seu seio
imaculado o próprio Filho de Deus, tornou-se Templo do
verdadeiro Deus. Tendo guardado em seu coração a palavra de Deus
(Lc 2, 16-17), tendo amado ardentemente a Cristo e conservado
fielmente seus dizeres, vieram a ela o Pai e o Filho, e nela
estabeleceram sua morada, segundo a promessa do próprio Senhor (Jo
14,23). Maria é o Templo Santo construído com indizível arte
pelo Senhor; templo singular da glória de Deus pela obediência
da fé e mistério da Encarnação, templo da justiça, templo da
piedade para nós pecadores... templo repleto do Espírito Santo.
Diz São Gregório: “És esplendor de luz, ó Maria, no sublime
reino espiritual! Em ti o Pai, que é sem princípio e cuja
potência te cobriu, é glorificado. Em ti que carregaste segundo
a carne, é adorado. Em ti o Espírito Santo, que operou nas tuas
entranhas o nascimento do grande Rei, é celebrado. É graças a
ti, ó cheia de graça, que a Trindade Santa e consubstancial pôde
ser conhecida no mundo”.
Horto de Deleites - Gn 2, 8-15. O
Horto, na terra do Éden – nome que significa delícia – tinha a
virtude de produzir, sem o auxílio do homem, os mais deliciosos
frutos e a mais linda vegetação. Uma fonte abundantíssima
fertilizava todo aquele jardim. Perfeito símbolo de Maria que,
sendo Virgem, também é Mãe. Sua fecundidade vem do Espírito
Santo. São João Damasceno diz: “Tu és o Horto espiritual, mais
santo e mais divino que o antigo, pois este foi a morada de Adão
e tu foste o paraíso daquele que desceu do céu para habitar em
ti”.
Palma de paciência - Vencedora do demônio.
Maria Santíssima é suportadora das angústias e sofrimentos de
sua missão de Mãe do Redentor. À Maria dá-se com extrema
justeza, o título ou figura de palma da vitória, sendo nosso
modelo para que, a seu exemplo vençamos as tentações. Por
analogia Maria é comparada também à resistente palmeira, que os
vendavais não conseguem abater. Maria, palmeira eleita, passou
por todas as tribulações sem vergar. Estava de pé juntoà cruz
sem que a veemência da dor a pudesse prostrar. Mártires e
confessores têm-na como Rainha, porque soube viver e morrer
dando heróicos testemunhos de fé (Gn 3,15).
Terra bendita e sacerdotal - A
terra, o terreno do Paraíso terrestre era virgem, não lavrada
por mãos humanas, sendo no entanto, fertilíssima porque era obra
de Deus; produzia plantas, flores e frutos (símbolo das
virtudes) e não dava nenhum espinho (figura do pecado). Era
portanto terra santa. Da filha desta terra bendita, fertilizada
pelo Espírito Santo – Maria – nasceu o Salvador, sumo Sacerdote,
sumo Sacerdote, realizando a profecia de Isaías: “Abra-se a
terra e germine o Salvador”. É também figura de Maria pela
beleza e fartura, em suma, pelas excelências. Terra de Canaã
fecunda apontada a Moisés (Gn 2,8; Dt 8, 7-10).
Cidade do Altíssimo - Aqui faz-se
alusão à cidade de Jerusalém que teve a honra de ser preferida
para aa construção do Templo, onde Jesus haveria de ensinar mais
tarde. Maria foi comparada ao Templo, é comparada agora a
Jerusalém, cidade santa. Ou melhor, Maria é a verdadeira
Jerusalém, pois ao invés de dar a morte, deu a vida ao Redentor,
e nunca foi destruída e nem mesmo ameaçada pelo inimigo.
Porta Oriental - Ez 46, 1-3. A
liturgia se serve da mesma comparação no Ofício do Advento:
Salve Porta Oriental!, porque foi por Maria que raiou o divino
oriente – seu Filho Jesus. Lê-se em Ezequiel: “Isto diz o
Senhor: a porta do átrio interior, que olha para o oriente,
estará fechada durante os seis dias que são de trabalho; mas
abrir-se-á no dia de Sábado, e também se abrirá no primeiro dia
de cada mês. E o príncipe entrará pelo caminho do vestíbulo da
porta... e fará adoração
sobre o limiar desta porta, e depois sairá, e a porta não se
fechará até a tarde. E o povo do país fará sua adoração à
entrada daquela porta nos dias de Sábado”. Maria é a porta
Oriental donde saiu o Sol da Justiça; é aporta que se abre ao
pecador, pela misericórdia. A porta se abrirá e não se fechará
mais. O povo se aproximará sem medo e adorará o Senhor,
glorificando a divina Mãe.
Lírio cheiroso entre os espinhos - Ct 2, 1-2. Santa
Brígida diz que “assim como a rosa cresce entre os espinhos,
assim cresceu Maria entre os sofrimentos”. Espinhos também são
nossos pecados; espinhos são as blasfêmias e ingratidões para
com seu Imaculado Coração. Além disso, o lírio é uma flor que
reflete tranqüilidade pelo seu aspecto, símbolo da pureza pela
sua nitidez, da beleza pelos seus contornos, do encanto pela sua
fragrância. Dentre as flores é, portanto, a que mais e melhor se
pode comparar a Maria, que além do mais, como a Santíssima
Virgem, tem o poder de cura.
Torre de Davi - 2Sm 5,9; Ct 4,4.
Acena-se a uma das muitas torres que Davi mandou erguer na
cidade de Sião. A Virgem é apresentada como uma fortaleza
contendo as defesas contra os inimigos e o arsenal de armas para
combate-los. Para isso eram construídas as torres. Maria
Santíssima é uma torre tão bem edificada que, como São Tomás de
Villanova podemos dizer: “Ocupando-lhe a praça forte o próprio
Deus, não podia este sem grande cuidado, permitir ao demônio que
dela se apoderasse, nem um instante sequer. Para isso teve que
comunicar-lhe um poder inquebrantável, transformando-a numa
verdadeira fortaleza davídica”. Assim Maria é aquela criatura
santa que nunca foi vencida pelo pecado, toda cheia de graça e
fiel a Deus. É nisso precisamente que consiste o mistério da
Imaculada Conceição, que nos apresenta em Maria o rosto do homem
novo redimido por Cristo, no qual Deus recria ainda de modo mais
admirável o projeto do paraíso (Puebla, 298).
A Mulher e o Dragão - Após o pecado
dos primeiros pais quando Deus amaldiçoou a serpente, Ele
anunciou que a descendência da Mulher haveria de esmagar-lhe a
cabeça (Gn 3, 15). Por isso, Maria Imaculada aparece com a cobre
debaixo dos pés. Trazendo ao mundo o Salvador, ela deu início a
vitória do Bem sobre o Mal. Outra citação vemos em Ap 12. Há,
portanto, duas grandes seduções, ou dois grandes ataques do
demônio (dragão) com relação à mulher: a astúcia da serpente que
quer que a inteligência contemplativa de Eva seja apenas uma
inteligência eficaz (conhecedora de tudo = Deus) e a oposição
brava do dragão com relação à mulher, para que ela deixe de ser
fonte de vida. A diferença entre esses dois ataques é que na
grande visão do Apocalipse a mulher não cai na armadilha. Ela é
ajudada por Deus, recebe as “duas asas de grande águia e voa
para o deserto”, onde Deus lhe preparou um refúgio. O demônio,
no seu ataque contra a fecundidade, portanto, jamais será
vitorioso: ele não pode ser vitorioso. Mas irá muito longe: bem
sabemos hoje que ele vai muito longe no seu ataque contra a
fecundidade segundo a carne e o sangue, e também contra a
fecundidade espiritual. Ele tenta por todos os meios suprimir
essa dupla fecundidade. Mas há um socorro de Deus para a Mulher,
e, portanto, para a criatura que deve ser fonte de vida e
guardiã da vida. Esse socorro divino, são as duas asas da grande
águia. Estas duas asas da grande águia são, segundo os Padres da
Igreja, a adoração e a contemplação. Se a mulher – isto é, a
criatura na sua fraqueza– continuar a adorar e contemplar, ela
não cairá na armadilha do dragão.
Mulher forte - O livro dos Provérbios (31, 10-31) faz o
elogio da perfeita dona de casa, que se mostra solícita,
corajosa e operante em tudo que faz. Em todos os tempos,
inclusive hoje, existem mulheres que vivem esse ideal de doação
total. Porém, mais que todas, Maria sempre teve essa fortaleza
de ânimo para executar sua missão no lar e na sociedade. Foi ela
a “a mulher forte que conheceu a pobreza e o sofrimento, a fuga
e o exílio; é o modelo para os que não aceitam passivamente as
circunstâncias adversas da vida pessoal e social, nem são
vítimas de alienação” (Puebla, 297,302); tornou-se assim exemplo
“para a mulher contemporânea, desejosa de participar com poder
de decisão nas opções da Comunidade (Paulo VI, Exortação
Apostólica Marialis Cultus, 37).
Invicta Judite - Jd 8,4-8; 15,8-10.
No Livro de Judite elaé cognominada Libertadora de Betúlia; à
semelhança do livro de Éster, é uma história de libertação do
povo por uma heroína: Holofernes, enviado com 132 mil homens
pelo rei da Assíria, Nabucodonosor, para invadir a Ásia
ocidental, acampa em Betúlia, sitiando a cidade. Judite,
seduzindo o general inimigo cortou-lhe a cabeça depois de
embriagá-lo; leva Judite então, esse troféu de guerra e exibe-o
a seu povo em Betúlia. Eis a aplicação como figura de Maria que
nos liberta de Satanás. A Igreja exalta a Maria com as mesmas
palavras com que os hebreus estejaram o triunfo desta mulher
corajosa que, arriscando a vida, cortou a cabeça do general
inimigo e assim salvou seu povo: “Tués a glória de Jerusalém, és
a alegria de Israel, a honra de nosso povo!” .
Alentastes o Sumo Davi - Na
história de Davi se conta que ele, estando já velho, mandou que
lhe procurassem uma jovem esposa para o assistir e cuidar dele.
Procuraram em todo território de Israel e trouxeram-lhe uma
jovem belíssima, chamada Abisag de Sunan, que o serviu e se
tornou sua esposa, mas permaneceu virgem (1Rs 1,1-4). Cristo
relizou as esperanças que o povo colocava em Davi; por isso ele
foi reconhecido como um novo Davi, um Filho de Davi. A seu lado,
Nossa Senhora tornou-se a esposa virginal de Deus.
Maria e Raquel - Gn 29, 15-30; 37;
39; 41,37-57. Conta o Livro do Gênesis que chegou Raquel certo
dia com os rebanhos de seu pai Labão, para apascentá-los.
Vendo-a Jacó e sabendo que ela era sua prima irmã e que aqueles
rebanhos pertenciam ao sei tio Labão, ajudou Raquel a levantar a
pedra do poço para dar de beber ao rebanho. Raquel era formosa e
muito agradável. E Jacó, sentindo uma grande afeição disse para
Labão que serviria sete anos pela sua segunda filha, Raquel. O
texto sagrado mostra-nos em Raquel uma mulher de rara beleza e
de uma grande amenidade de temperamento. Sob esse duplo aspecto,
tornou-se a filha de Labão uma impressionante figura da formosa
e mansa Virgem Maria. Raquel foi sempre, por parte de Jacó, o
objeto de um amor cuja ternura não se enfraqueceu jamais. A
virgem Maria foi o objeto das complacências eternas e de uma
predileção sem par da parte de Deus. Mas o que de mais
significativo é que Raquel foi a mãe de José. José foi vendido
por seus irmãos e levado para o Egito. Esta venda proporcionou
depois a salvação do Egito e o Faraó o declarou salvador do
mundo. Jesus foi vendido por Judas aos Judeus e esta venda
operou a salvação de nossas almas. José perdoou, alimentou com o
trigo, enriqueceu e salvou seus irmãos da morte. Jesus também
perdoou do alto da cruz e continua perdoando pelo sacramento da
Reconciliação; alimenta com a Eucaristia e nos enriquece com a
sua graça e dons do divino Espírito Santo. Por fim, Jesus é o
Salvador do mundo e vencedor do pecado e da morte. “Do Egito o
curador de Raquel nasceu, do mundo o Salvador Maria no-lo deu”.
Relógio atrasado - 2Rs 20,8-11; Is 38,7-8. O episódio
bíblico referido aqui é o da cura obtida pelo rei Ezequias por
intervenção do profeta Isaías. Quando este anunciou ao rei que
ficaria curado, ele não quis acreditar sem antes ver um sinal do
céu, que confirmasse as palavras do Profeta. Isaías então disse
que a sombra do sol, com a qual se marcavam as horas no relógio
solar, haveria de atrasar dez graus, como se as horas do dia
voltassem atrás. Para entendermos que semelhança pode haver
entre esse relógio e Maria Santíssima, temos de ler a estrofe
seguinte (Para que o homem suba às sumas alturas / desce Deus
dos céus para as criaturas) que fala da descida de Deus até
junto das criaturas. O Verbo se humilhou, tomando a forma de
servo (Fl 2,7), quando se encarnou no seio de Maria; o sol que
retrocede representa o Cristo que se rebaixa, fazendo-se homem.
Então Maria é comparada ao relógio, no qual se realiza essa
aniquilação do Sol divino. Outra analogia que se pode fazer é
que em Nossa Senhora no momento de sua Concepção Imaculada o
sinal da Redenção foi nela impresso antecipadamente, em virtude
da previsão dos méritos do seu divino Filho. As sombras do
pecado original foram como que recuando para dar passagem a essa
alma predestinada, que deva irradiar ao mundo o Sol da Justiça,
Jesus Cristo, Salvador dos homens.
Fizeste nascer sol tão fecundo -
Cristo é a luz do mundo, é o Sol da Justiça. Cristo nasceu de
Maria. A igreja recorda freqüentemente esse mistério de Maria:
Fonte de Luz (São João Damasceno); Janela do céu pela qual o Pai
derramou sua luz (São Fulgêncio); Maria é a Mãe da Luz: da luz
que ilumina os próprios Serafins; da Luz que ilumina os
últimos confins da terra; da Luz que disse Eu sou a luz do
mundo; da luz que iluminou todas as coisas que estão no céu e na
terra (Santo Epifânio). Deus prometeu através do profeta
Malaquias: “Para vós que temeis o meu Nome brilhará o Sol da
Justiça” (Ml 3,20). Esse Sol é o Cristo Salvador, que faz Maria
resplandecer com sua Luz, pois Ele é a luz do mundo (Jo 8,12).
Por isso São João viu Maria no Apocalipse como “uma mulher
vestida com o sol” (Ap 12,1).
Os cegos errados Vós alumiais - a nós que muitas vezes
erramos o caminho, cegos pelas ilusões do mundo, Nossa senhora
nos aponta aquele que é o “Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo
14,6) dizendo-nos como nas bodas de Cana “fazei tudo o que Ele
vos disser” (Jo 2,5).
E como com nuvens cobristes o mundo - Eclo 24,6: “À
semelhança de uma névoa, eu cobri a terra toda”. Esta
nuvem é um símbolo de Maria:
1º) porque cobriu a miséria e nudez dos homens com a sua
misericórdia e graça; 2º) porque aquece a nossa tibieza e
desânimo, tornando-os fervorosos e ativos; 3º) porque assim
como, quando vem a névoa e sopra o vento norte, desaparecem o
gelo e os rigores do vento sul, ficando a terra fecunda, assim
também, por Maria, que atrai o Espírito Santo– sopro vindo do
céu – dissolve-se o gelo e quebra-se a dureza de nosso coração,
ficando desse modo fecundo. Em Puebla os Bispos disseram:“Maria
não vela apenas pela Igreja. Tem um coração tão grande quanto o
mundo e intercede ante o Senhor da história por todos os povos.
Isto bem registra a fé popular, que põe nas mãos de Maria, como
Rainha e Mãe, o destino de nossas nações” (289).
Rainha de clemência - Esse título
celebra a benignidade, generosidade e dignidade de Maria, que
elevada aos céus, realiza a figura da rainha Ester (Est 4,17) e
sem cessar roga a seu Filho pela salvação do povo, que confiante
se refugia junto a ela nas tribulações e perigos. A Virgem Maria
é, portanto, a Rainha Clemente que, conhecedora singular da
misericórdia de Deus, acolhe todos os que junto dela se
refugiam. Por isso é chamada consolação dos penitentes e
esperança dos aflitos. A Virgem Maria, no céu, apresenta
constantemente as necessidades dos fiéis ao Filho como o fez em
Caná (Jo 2, 1-11).
De estrelas coroada - Em Ap 12,1,
aparece no céu, como um grande sinal, a Mãe do Messias, coroada
de doze estrelas. A liturgia aplica esse texto à Assunção de
Maria, na qual “se nos manifestam o sentido e o destino do corpo
santificado pela graça. No corpo glorioso de Maria, começa a
criação material a ter parte no corpo ressuscitado de Cristo.
Maria é a integridade humana, corpo e alma, que agora reina
intercedendo pelos homens, peregrinos na história” (Puebla
298).
Estais de ouro ornada - O Salmo 44
composto para celebrar as núpcias do rei, descreve o cortejo
formado pelas princesas que os monarcas. A rainha, que traja
vestes douradas e está à direita do rei, simboliza Maria que,
“ao lado do Rei dos séculos, resplandece como Rainha e intercede
como Mãe” (Paulo VI, Exortação Apostólica Marialis Cultus, 6).
Mãe da Graça - Cristo, verdadeiro
Deus e verdadeiro Homem é o único mediador sempre vivo a
interceder por nós ao Pai (Tm 2,5; Hb 7,25). Mas a Santíssima
Virgem é mãe e medianeira da graça porque Deus Pai por
misterioso desígnio da providência, a constituiu mãe e
companheira do Redentor. Mãe da graça é a Santíssima Virgem
porque foi a que trouxe em suas castas entranhas ao Deus e homem
verdadeiro e nos deu o próprio Autor da graça.
Seguro porto aos navegantes - Para
os que enfrentamos as tempestades deste mundo, Maria é “vida,
doçura, esperança nossa”. Santo Afonso dizia que a devoção a
Maria é sinal seguro de salvação; afirmou também que um
verdadeiro devoto de Maria não se perde, pois ela tudo alcança
junto de seu Filho em favor dos que a invocam.
Estrela do mar - Santo Tomás
explica assim esse título de Maria: “Assim como por meio da
estrela do mar os navegantes são orientados para o porto, assim
os cristãos por meio de Maria são conduzidos para a glória. E é
precisamente este o significado do nome Maria: Senhora do mar. O
mar pode ser entendido como nossa vida cujas saudades lembram as
distâncias do Porto, cujas vaidades crescem e se desmancham como
as ondas; cujo tédio as vezes cansa e desanima como as
calmarias; cujas tentações sacodem e abalam como os ventos
fortes. Maria é a Estrela do Mar, pois quando aparece
tranqüiliza nossa saudade, acalma todas as nossas ondas, suaviza
o nosso viver com a doce aragem de seu carinho materno, diminui
as tentações e desmancha as nuvens da tempestade.
Saúde certa - A salvação de Deus
atinge o homem todo, seu corpo, sua alma, seu espírito; tanto
como peregrino na terra, como habitante do céu. pela salvação
alcançada por Cristo do Espírito Santo, a condição do homem muda
inteiramente: a opressão se converte em liberdade, a ignorância
em conhecimento da verdade, a aflição em alegria, a morte em
vida, a escravidão do pecado em participação da natureza divina.
Contudo, a absoluta e perfeita salvação, o homem não a pode
alcançar neste mundo: sua vida está sujeita à dor, à
enfermidade, à morte. A salvação de Deus é o próprio Jesus
Cristo, que o Pai enviou ao mundo como Salvador do homem e
médico dos corpos e das almas, como o chama a liturgia
referindo-se às palavras de Santo Inácio de Antioquia. Nos dias
de sua vida mortal, cheio de misericórdia, curou muitos doentes,
libertando-os muitas vezes também das chagas do pecado(Mt 9,2-8;
Jo 5,1-14). Também a Santíssima Virgem, como Mãe de Cristo,
salvador do homem, e Mãe dos fiéis, socorre com muito amor seus
filhos aflitos. Por isso freqüentemente os enfermos acorrem a
ela, vão muitas vezes aos seus santuários, para obter saúde por
sua intercessão. Nos santuários marianos encontram-se muitos
testemunhos desta confiança dos enfermos para com a Mãe de
Cristo. Na Ladainha, também invocamos Maria como “saúde dos
enfermos”. Por meio de sua poderosa intercessão, recuperam a
saúde os doentes de qualquer espécie. Como seu Filho“passou pelo
mundo fazendo o bem” (At 10,38), Nossa Senhora não se cansa de
zelar pela felicidade de seus filhos.
Óleo derramado - Essa imagem é
tirada de Ct 1,2: “Teu nome é como um óleo escorrendo”. O óleo
tem as propriedades de alimentar, curar, fortalecer, perfumar;
assim os que invocam o nome de Maria com confiança experimentam
e sua vida que “a devoção à virgem Santíssimaé um auxílio
poderoso para o homem em marcha para a conquista da sua própria
plenitude” (Paulo VI, Exortação Apostólica Marialis Cultus, 57).
Maria é o óleo que Jesus, Bom Samaritano, derramou em nossas
feridas. O óleo apaga o fogo na pedra e o alimenta na madeira.
Assim procede Maria com nosso coração que, quando tornado pedra
pelo fogo das paixões, sente que se apaga esse fogo com o nome
da Mãe de Deus; e quando arde no amor divino, sente crescer esse
ardor no óleo deste mesmo Nome. Ainda se diz: o vosso nome, ó
Maria, escrito ou pronunciado, ou somente imaginado, mantém,
alenta, restaura, ilumina e alegra.
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MATINAS E
LAUDES
Deus vos salve Virgem, Filha de Deus Pai!
Deus vos salve Virgem, Mãe de Deus Filho!
Deus vos salve Virgem, Esposa do Divino Espírito Santo!
Deus vos salve Virgem, Templo e Sacrário da Santíssima Trindade!
Agora, lábios meus,
dizei e anunciai
os grandes louvores
da Virgem Mãe de Deus.
Sede em meu favor,
Virgem soberana,
livrai-me do inimigo
com o vosso valor.
Glória seja ao Pai,
ao Filho e ao Amor também,
que é um só Deus em Pessoas três,
agora e sempre, e sem fim. Amém.
Hino
Deus vos salve, Virgem,
Senhora do mundo,
Rainha dos céus
e das virgens, Virgem.
Estrela da manhã,
Deus vos salve, cheia
de graça divina,
formosa e louçã.
Dai pressa Senhora
em favor do mundo,
pois vos reconhece
como defensora.
Deus vos nomeou
desde "ab aeterno"
para a Mãe do Verbo,
com o qual criou:
Terra, mar e céus,
e vos escolheu,
quando Adão pecou,
por esposa de Deus.
Deus vos
escolheu,
e já muito dantes
em seu tabernáculo
morada Lhe deu.
Ouvi, Mãe de Deus,
minha oração.
Toquem vosso peito
os clamores meus.
Oração
Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem
desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e
alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus
pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa
e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da
bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus
Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e
reina para sempre. Amém.
PRIMA
Sede em meu favor,
Virgem soberana,
livrai-me do inimigo
com o vosso valor.
Glória seja ao Pai,
ao Filho e ao Amor também,
que é um só Deus em Pessoas três,
agora e sempre, e sem fim. Amém.
Hino
Deus vos salve, mesa
para Deus ornada,
coluna sagrada,
de grande firmeza.
Casa dedicada
a Deus sempiterno,
sempre preservada
virgem do pecado.
Antes que nascida,
fostes, Virgem santa,
no ventre ditoso
de Ana concebida.
Sois Mãe criadora
dos mortais viventes.
Sois dos Santos porta,
dos Anjos Senhora
Sois forte
esquadrão
contra o inimigo,
Estrela de Jacó,
Refúgio do cristão.
A Virgem, a criou
Deus no Espírito Santo,
e todas as suas obras,
com elas as ornou.
Ouvi, Mãe de Deus,
minha oração.
Toque Vosso peito
os clamores meus.
Oração
Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem
desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e
alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus
pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa
e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da
bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus
Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e
reina para sempre. Amém.
TERÇA
Sede em meu favor,
Virgem soberana,
livrai-me do inimigo
com o vosso valor.
Glória seja ao Pai,
ao Filho e ao Amor também,
que é um só Deus em Pessoas três,
agora e sempre, e sem fim. Amém.
Hino
Deus Vos salve, trono
do grão Salomão,
Arca do Concerto,
Velo de Gedeão.
Íris do céu clara,
Sarça da visão,
Favo de Sansão,
Florescente vara,
A qual escolheu
para ser Mãe sua,
e de Vós nasceu
o Filho de
Deus.
Assim Vos livrou
da culpa original,
de nenhum pecado
há em Vós sinal.
Vós, que habitais
lá nessas alturas,
e tendes Vosso Trono
sobre as nuvens puras.
Ouvi, Mãe de Deus,
minha oração.
Toquem Vosso peito
os clamores meus.
Oração
Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem
desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e
alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus
pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa
e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da
bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus
Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e
reina para sempre. Amém.
SEXTA
Sede em meu favor,
Virgem soberana,
livrai-me do inimigo
com o vosso valor.
Glória seja ao Pai,
ao Filho e ao Amor também,
que é um só Deus em Pessoas três,
agora e sempre, e sem fim. Amém.
Hino
Deus Vos salve, Virgem,
da Trindade templo,
alegria dos anjos,
da pureza exemplo,
Que alegrais os tristes,
com vossa clemência,
Horto de deleite,
Palma da paciência.
Sois Terra bendita
e sacerdotal.
Sois de
castidade
símbolo real.
Cidade do Altíssimo,
Porta oriental,
sois a mesma Graça,
Virgem singular.
Qual lírio cheiroso,
entre espinhas duras,
tal sois Vós, Senhora,
entre as criaturas.
Ouvi, Mãe de Deus,
minha oração.
Toque Vosso peito
os clamores meus.
Oração
Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem
desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e
alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus
pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa
e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da
bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus
Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e
reina para sempre. Amém.
NOA
Sede em meu favor,
Virgem soberana,
livrai-me do inimigo
com o vosso valor.
Glória seja ao Pai,
ao Filho e ao Amor também,
que é um só Deus em Pessoas três,
agora e sempre, e sem fim. Amém.
Hino
Deus vos salve, Cidade,
de torres guarnecida,
de Davi, com armas
bem fortalecida.
De suma caridade
sempre abrasada,
do dragão a força
foi por Vós prostrada.
Ó mulher tão forte!
Ó invicta
Judite!
Vós que alentastes
o Sumo Davi.
Do Egito o curador,
de Raquel nasceu,
Do mundo o Salvador
Maria no-Lo deu.
Toda é formosa
minha companheira,
nela não há mácula
da culpa primeira.
Ouvi, Mãe de Deus,
minha oração,
toquem Vosso peito
os clamores meus.
Oração
Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem
desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e
alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus
pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa
e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da
bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus
Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e
reina para sempre. Amém.
VÉSPERAS
Sede em meu favor,
Virgem soberana,
livrai-me do inimigo
com o vosso valor.
Glória seja ao Pai,
ao Filho e ao Amor também,
que é um só Deus em Pessoas três,
agora e sempre, e sem fim. Amém.
Hino
Deus vos salve, relógio
que, andando atrasado,
serviu de sinal
ao Verbo Encarnado.
Para que o homem suba
às sumas alturas,
desce Deus dos céus
para as criaturas.
Com os raios
claros
do Sol da Justiça,
resplandece a Virgem,
dando ao sol cobiça.
Sois lírio formoso
que cheiro respira,
entre os espinhos.
Da serpente, a ira
Vós a quebrantais
com o vosso poder.
Os cegos errados
Vós alumiais.
Fizestes nascer
Sol tão fecundo,
e como com nuvens
cobristes o mundo.
Ouvi, Mãe de Deus,
minha oração.
Toquem Vosso peito
os clamores meus.
Oração
Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem
desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e
alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus
pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa
e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da
bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus
Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e
reina para sempre. Amém.
COMPLETAS
Rogai a Deus, Vós,
Virgem, nos converta,
que a sua ira
se aparte de nós.
Sede em meu favor,
Virgem soberana,
livrai-me do inimigo
com o vosso valor.
Glória seja ao Pai,
ao Filho e ao Amor também,
que é um só Deus em Pessoas três,
agora e sempre, e sem fim. Amém.
Hino
Deus Vos
salve,
Virgem Imaculada,
Rainha de clemência,
de estrelas coroada.
Vós sobre os Anjos
sois purificada.
De Deus, à mão direita,
estais de ouro ornada.
Por Vós, Mãe da Graça,
mereçamos ver
a Deus nas alturas,
com todo prazer.
Pois sois Esperança
dos pobres errantes
e seguro Porto
dos navegantes.
Estrela do mar
e saúde certa,
e Porta que estais
para o céu aberta.
É óleo derramado,
Virgem, Vosso nome,
e os vossos servos
vos hão sempre amado.
Ouvi, Mãe de Deus,
minha oração.
Toquem Vosso peito
os clamores meus.
Oração
Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem
desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e
alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus
pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa
e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da
bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus
Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e
reina para sempre. Amém.
OFERECIMENTO
Humildes oferecemos
a Vós, Virgem pia,
estas orações,
porque, em Vossa guia,
Deus Vos salve,
Virgem Imaculada,
Rainha de clemência,
de estrelas coroada.
Vós sobre os Anjos
sois purificada.
De Deus, à mão direita,
estais de ouro ornada.
Por Vós, Mãe da Graça,
mereçamos ver
a Deus nas alturas,
com todo prazer.
Pois sois Esperança
dos pobres errantes
e seguro Porto
dos navegantes.
Estrela do mar
e saúde certa,
e Porta que estais
para o céu aberta.
É óleo derramado,
Virgem, Vosso nome,
e os vossos servos
vos hão sempre amado.
Ouvi, Mãe de Deus,
minha oração.
Toquem Vosso peito
os clamores meus.
Oração
Santa Maria,
Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do
mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais; ponde,
Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e alcançai-me de Vosso
amado Filho o perdão de todos os meus pecados, para que eu que
agora venero com devoção a Vossa santa e Imaculada Conceição,
mereça na outra vida alcançar o prêmio da bem-aventurança, por
mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor,
que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre.
Amém.
OFERECIMENTO
Humildes oferecemos
a Vós, Virgem pia,
estas orações,
porque, em Vossa guia,
Vades Vós adiante,
e na agonia
Vós nos animeis,
ó doce Virgem Maria.
Amém.
Infinitas graças vos damos Senhora Rainha pelos benefícios que
todos os dias recebemos de vossas mãos liberais. Dignai-vos
sempre atender-nos e para mais vos louvarmos saudamos com uma
Salve Rainha:
Salve, Rainha, Mãe de misericórdia,
vida, doçura e esperança nossa, salve!
A vós bradamos os degredados filhos de Eva.
A vós suspiramos, gemendo e chorando, neste vale de lágrimas.
Eia, pois, advogada nossa:
esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei,
e depois deste desterro,
mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre,
ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,
para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.