INVESTIGAÇÕES PÕE EM DÚVIDA DA AUTENTICIDADE DO TERCEIRO SEGREDO DIVULGADO

 

      Correspondente de “Il Sabato”, dirigiu a revista 30 Giorni, foi vice-diretor da RaiDue, e atualmente dirige a Escola de Periodismo radiotelevisivo de Perugia, da RAI.

     Tendo proximidade com o então Cardeal Ratzinger, este lhe concedeu várias entrevistas, que foram muito difundidas na imprensa internacional. Dedicou a Bento XVI .

     “O Quarto Segredo de Fátima” é um livro que em 2007 despertou muita celeuma na Itália, especialmente em Roma. Não apenas por seu conteúdo, mas também pelas personalidades que intervieram numa polêmica memorável.

 

A tese de Antonio Socci

Antonio Socci, jornalista e escritor, é um celebrado vaticanista. Nasceu em 1959 em Siena.

     Em seu livro “Il quarto segreto di Fatima”, Socci prova a existência de dois manuscritos. Apresenta a história de ambos, desde a sua gênese, e o desenvolvimento histórico que tiveram. Conclui que o manuscrito publicado pelo Vaticano no ano 2000 não está completo.

     Faltaria o manuscrito que corresponde às palavras da Virgem, e que explicam a visão divulgada pelo Vaticano. A este manuscrito, o autor o chama “o Quarto Segredo”, provavelmente para não criar problemas para Bento XVI. Este conteria o Terceiro Segredo autêntico, que Pio XII recebeu pessoalmente e o guardou em seus aposentos.

     Um dos pontos mais dramáticos do livro de Socci é a constatação de que os mesmos papas que veneraram as aparições de Fátima, que reconheceram como vinda do Céu a sua Mensagem, omitiram-se em atender — em todas as suas implicações — aos pedidos que a Mãe de Deus fez ao Papado. Impressiona, sobretudo, a atitude de João XXIII, que inaugurou o Concílio Vaticano II falando contra “os profetas de desgraças” e a favor do “diálogo com o mundo moderno”, sem levar em conta que todos os profetas do Antigo e do Novo Testamento anunciaram desgraças se os homens — se o mundo moderno — não se convertessem.

     Socci conclui seu livro solicitando a Bento XVI que publique, para o bem da Igreja e do mundo, o que ainda resta por revelar do Terceiro Segredo. A verdade não faz mal a ninguém.

     A reação de alguns setores eclesiásticos ao livro de Socci foi chocante. Em maio de 2007, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, acusou Socci de ser maçom (!), de querer prejudicar a Igreja e outras acusações no mesmo estilo. Socci respondeu com uma carta aberta ao Cardeal, instando-o a que provasse suas afirmações e não fugisse do mérito do assunto Fátima com atitudes tão pouco sacerdotais.

     Esta é a questão: Socci diz que há dois textos, e que o Vaticano publicou só um. Não obstante, nós pensamos que há um só texto, precisamente o que não foi publicado.

     Finalmente, não podemos deixar de mencionar o fato de que o livro de Socci, na prática, foi censurado por certa imprensa católica dócil às correntes eclesiásticas que consideram inoportuno falar com seriedade da Mensagem de Fátima, ou que, de modo equivocado, já têm por cumpridas todas as suas dimensões proféticas.

 

http://www.sacralidade.com/igreja2008/0007_quartosegredo.html